sábado, 21 de junho de 2008

Um choro em coro

Como começar a contar uma história em primeira pessoa, onde a primeira pessoa são duas pessoas? Mamãe sempre sonhava em ser mãe, e numa bela noite depois de 36 semanas de gravidez. Foi.
Pariu. Puta que pariu! Pariu gêmeos, gêmeos siameses.
Pois é, saiu eu, ou melhor, nós. A desculpa que nos foi dada, é que quando o óvulo foi fecundado, as células se dividiram, mas não por completo. E continuaram se dividindo, dividindo, dividindo, e nós por ironia do destino ficamos grudados.
Sempre que penso em como nasci sinto pena de minha mãe, tirar uma melancia por um buraco de onde só sai uma goiaba é difícil, agora imagine parir duas melancias grudadas, isso sim é missão impossível, quero ver o Tom Cruise fazer isso, deve ser a mesma coisa que defecar um abacaxi, um não, dois né.
Porém uma pessoa ficou extremamente feliz aquela noite, o médico enfurecido pode surrar duas bundas ao invés de uma e esboçar seu sorriso sádico ao escutar o coro de “buá-buas”, ao menos é isso que imagino dele.